Dentistas e técnicos de saúde bucal são os profissionais mais vulneráveis ao coronavírus
- Antonio Leria
- 22 de abr. de 2020
- 2 min de leitura

Profissionais que cuidam da saúde bucal são os que correm mais perigo de contaminação pelo novo coronavírus, de acordo com pesquisa do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppe/UFRJ). O estudo mapeou o risco de contágio pelo vírus de acordo com as profissões exercidas pelos trabalhadores brasileiros. De acordo com reportagem publicada pela Agência Brasil, o resultado mostra que 2,6 milhões de profissionais da área de saúde, incluindo os de saúde bucal, apresentam risco de contágio acima de 50%.
Os técnicos em saúde bucal aparecem em primeiro no ranking montado pelos pesquisadores, com 100% de risco de contágio, em função do ambiente e da proximidade física com os pacientes. Logo depois desses profissionais aparecem os cirurgiões dentistas com 98% e só então começam a surgir os profissionais envolvidos diretamente no combate à pandemia. O primeiro deles é o atendente de enfermagem com 97,33%. A primeira especialidade médica a surgir na classificação é a de médico ginecologista com 97%.
Mais de 2.500 profissões. O mapeamento inclui 2.539 profissões exercitas em todo o País, divididas em 13 grupos ocupacionais, que vão desde atividades da Agropecuária e Pesca aos que trabalham com Transporte, passando por Saúde, Comércio e Serviços, entre outros. Os pesquisadores usaram a Classificação Brasileira de Ocupações, do Ministério do Trabalho, e a Relação Anual de Informações Sociais (Rais), do Ministério da Economia e avaliaram o contexto de trabalho das ocupações, com foco nas consequências do coronavírus.
Fora da área de Saúde, o primeiro profissional que aparece é o comissário de bordo, classificado no segmento de Transportes, com 90%. Outro profissional desse segmento com alto risco é o condutor de ambulância, com 84,67%. Incluídos nesse segmento, os motoristas de ônibus urbano e rodoviário aparecem com 71%. No setor de Serviços, a primeira profissão que surge é a de agente de segurança penitenciária, com 83,67%, seguido de barbeiro, com 83%. Na Educação o primeiro profissional a aparecer é o professor de nível superior na educação infantil com 81,67%.
Setor de alimentação. Em entrevista à Agência Brasil, um dos responsáveis pelo estudo, o pesquisador do Laboratório do Futuro da Coppe/UFRJ Yuri Lima, afirmou que considera os resultados um alerta. "Quando a gente olhou para os dados, percebeu coisas que já eram esperadas, como o setor de saúde estar sendo muito afetado. Isso já era algo bem óbvio. Mas, a gente viu também setores que são considerados essenciais, como o de alimentação e parte do comércio que trabalha com venda de alimentos, que têm um risco bem considerável", disse Lima à Agência Brasil.
No setor Alimentação, citado por Lima, as profissões de Chefe de Bar e Gerente de Bar aparecem com risco de 72,33%. Entre as profissões classificadas como da área de Comércio, o bilheteiro (de estação de metrô e trem), o cobrador de ônibus e o operador de caixa aparecem com índice de 66,33%. Os dados da pesquisa podem ser acessados no link https://impactocovid.com.br/.
Comentarios